sexta-feira, 8 de outubro de 2010

HOT AIR - KARMANN GHIA



Em nosso primeiro post volkswagen, uma história interessante de um clássico brasileiro e de alguém que para mim é mais do que um amigo. Carlos Zanicotti é uma pessoa de extremo bom gosto e senso estético. É meu guru em muitos projetos e espero ansioso algum dia ver um hot rod construido por ele.

Espero que gostem.

Abraços
Sergio Liebel

Por volta de 1966 o achocolatado Toddy fez uma promoção que premiava com uma réplica de Karmann Ghia conversível motorizado em escala para crianças quem encontrasse no interior das embalagens uma miniatura dourada do mesmo carro. Eu era uma dessas crianças que passaram a sonhar com um carro desses, pena que nunca ganhei um. Mas isso despertou em mim uma paixão pelo modelo, inclusive pelo coupê. Na minha adolescencia, eu namorava os KG's que andavam pelas ruas e dos seis conversíveis que andavam por Curitiba, havia um em especial. Era um pintado de um tipo de lilás metálico, com rodas Fittipaldi, bancos esportivos e outras "bossas" da época. Quando virei adulto, aos 19 anos comprei meu primeiro Karmann e outros vários vieram, mas um cabriolet era um sonho quase impossível tal a raridade pois apenas 177 foram fabricados. Mas quem deseja sempre alcança, e em 1992, meu amigo Dorlí Calliari dono da famosa Alfa Car, me telefonou dizendo ter o desejado conversível para me vender. Foram 40 dias de negociações (o Dorlí não era fácil de se negociar...) e o carro veio para baixo da minha "asa". Ele estava em condições deploráveis, pintado de bege com capota branca, muito enferrujado, podre, mas era um conversível! Número 50. E o melhor da história, quando comecei a raspar a tinta da carroceria, lá estava, o lilás metálico justamente daquele Karmann Ghia que era meu preferido entre todos os que eu conhecia. Foram seis anos desde a compra até que eu pudesse ver o carro pronto. Já que ele passara 99% da vida dele sob a "pele" de play-boy, decidi que não seria justo transformá-lo num original e o estilo "hot" foi mantido, rodas legítimas de um Porsche 911 foram "garimpadas" em Pomona, sua nova côr também veio dos EUA, o Víper Blue do Dodge Víper é claro, além das peças para o motor "envenenado" dando origem ao seu apelido, HOT AIR que faz alusão ao estilo hot mas também a sua carroceria aberta, feita para se dirigir tomando um ar na cabeça, de preferência quente e ainda ao seu motor 1900 refrigerado à ar.

Obrigado,

Carlos "Quinho" Zanicotti.







































TEXTO: SERGIO LIEBEL, CARLOS "QUINHO" ZANICOTTI
FOTOS: RICARDO KRUPPA
EDIÇÃO: JORGE MAZZARO NETO

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